sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A volta do grande monstro verde

Semana passa fiz um post sobre as críticas feitas por Paul Watson, co-fundador do Greenpeace, sobre o atual posicionamento da empresa organização quanto à proteção das baleias. Esta semana em uma entrevista para o Jornal carioca O Globo, Patrick Moore, que também é co-fundador do Greenpeace, apresentou um discurso bem semelhante. Reproduzo parte desta entrevista abaixo.

"Muitos grupos, o Greenpeace entre eles, defendem a eliminação da energia fóssil, nuclear e hidroelétrica, que respondem por 99% da energia do mundo. Então não acho que estejam sendo realistas, nem baseando suas opiniões em ciência. É impossível eliminar tudo isso e ainda termos a nossa civilização. Eles dizem que as energias renováveis são suficientes. Talvez estejam desinformando as pessoas, contando histórias da carochinha impossíveis de serem atingidas."

E não para por aí...

"O movimento ambiental se tornou uma indústria global. Não sou contra isso. O ambientalismo é guiado hoje por campanhas de desinformação e medo, nas quais não há ciência para embasar. A maioria dos militantes é ingênua, acredita naquilo. Mas os líderes lançam essas campanhas apenas para arrecadar fundos. Não há problema em arrecadar fundos, desde que não seja baseado em desinformação. Acho que a tendência é que percam credibilidade ao não ouvirem a ciência, mas isso leva tempo ainda."

Ficam duas pergunta...se Paul Watson e, principalmente, Patrick Moore ainda fossem filiados ao Greenpeace:

Seus posicionamentos em relação as temáticas discutidas nas entrevistas seriam os mesmos?
E será que se isso fosse verdade, não teríamos um movimento ambientalista muito mais crítico e menos alarmista?

Para ler esta entrevista na íntegra, visite o sítio do Jornal da Ciência.
Para ler outra entrevista do Patrick Moore concedida à Revista Época, clique aqui.

4 comentários:

  1. Luiz Bento,

    Eles foram "saídos" da empresa justamente porque não concordavam mais com seus princípios. Sendo assim, eles já não pensam como a empresa desde que estavam lá...
    É uma pena que os atuais lideres do Greenpeace estejam acabando tanto com a imagem da instituição. E, das minhas experiências próprias com o Greenpeace, só assino embaixo sobre os posicionamentos de Patrick e Paul...

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  2. Concordo Paula. Gostei muito da entrevista do Patrick Moore. Tenho plena certeza que o movimento ambientalista seria muito mais eficiente se tivesse no seu quadro pessoas com essa cabeça.

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  3. Caro Luiz,
    Cheguei aqui por seu comentário no Geófagos. Extremamente relevante seu post. Há muita especulação irresponsável em torno das "soluções" para as mudanças climáticas, e não só por parte de ONGs e que tais. Em meu campo de especialização, matéria orgânica do solo, tem sido proposto em inúmeros papers que há como produzir mais comida e ao mesmo tempo utilizar-se os solos como sequestradores de carbono. Acontece que não há como maximizar as duas coisas ao mesmo tempo, mas a impressão ao se ler os articos acriticamente é que há, e haverá sempre, mesmo com o aumento pela demanda de alimentos. É frustrante que nem em instâncias científicas teoricamente mais isentas se tenha noção do real. Ótimo blog.

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  4. Valeu pela visita Ítalo. Acompanho sempre o geófagos.

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