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quarta-feira, 25 de março de 2009

“Eco-hipocrisia”, “Eco-demagogia”

Depois da tentativa frustrada de entrevista do Felipe e da recente reação da blogosfera científica sobre a medíocre qualidade do jornalismo cientifico nacional, venho me aventurar neste meio. Sexta-feira passada estive no Centro de Tecnologia da UFRJ, mais especificamente no auditório 122 da COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e pesquisa de engenharia) para assistir a mais uma reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Esta reunião contou com a ilustre presença de nosso ministro do meio ambiente Carlos Minc e do coordenador geral do Fórum e diretor da COPPE, Prof. Luiz Pinguelli Rosa.

 

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Minc com seu colete característico e a sua esquerda o Prof. Pinguelli

 

Além da revisão do nosso inventário de emissão de gases estufa e da imposição da compensação das emissões de CO2 para a liberação da licença ambiental de novas termelétricas (destacado pela cobertura do jornal da ciência e da agência UFRJ), vários outros pontos interessantes foram destacados por nosso ministro. E é o papel deste humilde cientista jornalístico (?) publicar sua visão do evento, tentando fugir um pouco da mesmice da cobertura jornalística habitual.

Um rápido e interessante histórico do Plano Nacional sobre Mudança no clima foi feito. Minc ressaltou todos os problemas iniciais deste documento e como ele foi alterado e melhorado depois da fase de consulta pública. Mesmo tento uma matriz energética relativamente limpa (devido a grande participação da energia hídrica), o futuro é cada vez mais sujo para o nosso país. Fazer um planejamento onde há uma previsão de construção de 81 termelétricas até 2017 mostra que estamos bem longe de uma matriz limpa no futuro.

E qual foi a principal conclusão do nosso ministro? Estamos longe de ser “burros” ou “malvados” por autorizar a construção de um número absurdo de termelétricas ao invés de investir em energias renováveis. Minc reforça que houve um “nó” no licenciamento de novas usinas hidrelétricas e que o problema da falta de energia teria que ser resolvido de algum jeito. Se não é pelo jeito limpo, o que nos resta? A solução encontrada por ele é focar na agilização do processo de licenciamento ambiental no brasil. A ideia é simples: analisar os processos de licenciamento em bloco, fazendo com que os projetos “inviáveis” (palavras do ministro) não sejam colocados no mesmo patamar de projetos possíveis, diminuindo o tempo de análise e aumentando o número de licenciamentos concedidos. Resumindo, se não podemos acabar com a burocracia, filtramos os processos de licenciamento antes deles serem analisados em profundidade. Assim os projetos viáveis não sofrem atrasos absurdos como o que acontece hoje em dia. As usinas hidrelétricas modernas estão longe de serem uma Balbina. Elas possuem uma alta eficiência energética (menor relação área alagada/energia gerada) e podem ser instaladas como “plataforma”, sem a necessidade de grande infra-estrutura na área de entorno, o que diminui muito o impacto ambiental do empreendimento.

 

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Qual é então o maior problema  do licenciamento das hidrelétricas no Brasil segundo nosso ministro Carlos Minc? “(…) O Governo quer todas as usinas e os ambientalistas nenhuma”. Foi aí que os termos que intitulam este post entraram em pauta. Minc chamou os ambientalistas de “eco-hipócritas” e “eco-demagogos” por fazerem pressão para barrar todo e qualquer projeto de novas usinas hidrelétricas, o que gera uma grande defasagem na geração de energia. Consequência deste ato “verde”? Licenciamento de termelétricas. Assim os ambientalistas dormem tranquilamente achando que estão salvando o Brasil da malvada e “falsa” energia limpa das hidrelétricas e acabam sujando muito mais nossa matriz energética com o consequente licenciamento de termelétricas. Devemos investir em energia eólica, solar e biomassa? Claro que sim. Mas não licenciar usinas hidrelétricas modernas com todo esse potencial hídrico que ainda temos é um tiro no pé. Nenhum país sério investe só em um tipo fonte de energia, ainda mais em fontes caras e inconstantes como as chamadas “verdes”.

 

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Além das felizes expressões, Minc também anunciou novidades muito interessantes como a criação de um “IPCC brasileiro”, onde mais de 300 cientistas de todo o brasil formariam um painel nacional para a mudança do clima. Além disso, depois de ser questionado quanto a necessidade de um inventário não só da floresta amazônica, mas de todos os biomas brasileiros, o ministro do meio ambiente afirmou que em breve anunciará convênios com universidades públicas para o monitoramento do cerrado, caatinga e mata atlântica. Aguardamos novidades em relação a este projeto.

 

Palmas para Minc. Colocando os ambientalistas no seu devido lugar. O da hipocrisia e demagogia.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Mais usinas térmicas no Brasil até 2017

Com a demanda por energia cada vez maior no nosso país, nosso plano decenal indica que somente um aumento de capacidade instalada de 99,7 mil para 154,7 mil megawatts será capaz de livrar nosso país de um déficit energético em 2017. Entretanto, neste cenário, o plano prevê uma queda da participação de energia hídrica de 85,9% para 75,9%. Isto mesmo com a construção de grandes hidrelétricas, como as do Rio Madeira e a de Belo Monte.

Para complementar a crescente necessidade de energia, serão construídas 81 termelétricas (41 movidas à óleo combustível, 20 à diesel, 8 à gás natural, 7 à biocombustíveis e 4 à carvão). Com isso, nosso país emitira para atmosfera 171% a mais de CO2 (de 14,4 milhões de toneladas, para 39,3 milhões de toneladas).

Realmente, este é só mais um indício de como o Brasil se coloca diante de assuntos ambientais. Em um primeiro momento se diz preocupado com o meio ambiente, porém é só saber que o crescimento do nosso país poderá diminuir que toma medidas extremamente danosas para a natureza. Por isso, não acredito que somos capazes de deter, por exemplo, o desmatamento na Amazônia. Se na cabeça dos tomadores de decisões for mais vantajoso desmatar, então isso será feito. Como agora, precisamos de grandes quantidades de energia, assim, ao invés de investirmos em fontes alternativas, construímos termelétricas (extremamente ineficientes, e de grandes impactos ambientais).

É fácil fazer discurso para população dizendo que existe a preocupação ambiental e depois justificar decisões, danosas ao meio ambiente, devido a possibilidade de estagnação econômica. Essa é velha! Temos que crescer, mas investindo em novas fontes de energia. Mas como faremos isso? Somente com investimentos em pesquisa, quer dizer, com MUITO investimento em pesquisa. E não essa ajuda de custo que recebemos. Precisamos empregar nossos mestres e doutores. Não adianta formar uma legião de pós-graduandos e uma pequena parte virar professor universitário. Precisamos de mais cargos de pesquisadores, ou melhor, precisamos de mais centros de pesquisa além de nossas universidades. Só assim, poderemos crescer. Temos que deixar de sermos um país rico (que tem dinheiro para comprar tecnologia) e virarmos um país próspero (que produz sua própria tecnologia).

Fonte: Valor Econômico e Jornal da Ciência

sábado, 27 de setembro de 2008

Dedos limpos de ontem podem se tornar dedos sujos de óleo no futuro


Terça-feira, 3 de junho de 2008
"Dedos apontados contra o etanol estão sujos de óleo, diz Lula"
Fonte: Estadão






Terça-feira, 2 de setembro de 2008
"Lula: meter a mão no óleo foi sensação única"
Fonte: Terra



Nada como um dia após o outro...

Não tenho nada contra uma maior diversificação da matriz energética do Brasil, mas acho que essas duas frases do Presidente Lula mostram como Economia e Meio Ambiente percorrem caminhos contrários. Mesmo um presidente que tem a utilização de biocombustíveis como tema recorrente de sua plataforma política, a possibilidade de termos muito petróleo para queimar se torna um pecado quase impossível de ser colocado de lado.

Se o presidente Lula estiver lendo este texto, um bom investimento do dinheiro ganho com a extração de petróleo seria em energias renováveis, principalmente eólica e solar que tem grande potencial em nosso país. Fica aí a minha dica.


sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Petróleo financiando o meio ambiente?

A ministra Marina Silva propôs a criação de um fundo para a preservação do meio ambiente e combate ao aquecimento global. Entretanto, uma coisa me vem a cabeça: Petróleo para financiar proteção ao meio ambiente e combate ao aquecimento global?
A atividade de exploração do petróleo é uma das mais danosas ao meio ambiente, é só lembrar do desastre na costa da Rússia onde 1200 toneladas de petróleo vazaram depois que um petroleiro naufragou. Este é o exemplo mais recente entre vários desastres desse tipo. Além disso, a queima de combustíveis fósseis é uma das mais importantes fontes de CO2 para atmosfera. Mais uma medida do estilo morde e depois assopra criada para preservação ambiental.
Esse é mais um exemplo de do total descaso do governo com o meio ambiente, políticas compensadoras são as únicas tomadas. Temos que começar a pensar que a preservação do meio ambiente não deve ser uma ação dependente da poluição (poluir para depois remediar). Temos que procurar novas medidas de preservação pela preservação, pelo simples fato de que nossa sobrevivência e saúde depende de um ambiente saudável.




A Petrobrás ainda não sabe nem como nem quando vai começar a explorar o megapoço de petróleo de Tupi, mas a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, surpreendeu ontem (14 de novembro) a equipe econômica com uma proposta especial durante uma reunião convocada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na reunião, para tratar do Plano Nacional de Mudanças Climáticas e preparar o governo para a 13ª Conferência das Partes da Convenção do Clima, marcada para o próximo mês, em Bali (Indonésia), a ministra propôs a criação de um fundo especial com parte do dinheiro da fartura de impostos e royalties que o governo federal vai arrecadar da indústria de exploração e exportação de petróleo.

O fundo serviria para financiar soluções de combate ao desmatamento e ao aquecimento global, contribuindo assim para a estabilização climática. Além da criação do fundo, ficou decidido na reunião que o governo vai formar um comitê interministerial só para propor soluções e, ao mesmo tempo, monitorar a execução de cada uma das medidas implementadas.

A criação do fundo com dinheiro dos royalties do petróleo não foi rejeitada - a descoberta de Tupi foi anunciada oficialmente na semana passada, e o poço pode ter entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de óleo.

O Estado apurou com dois dos ministros que participaram do encontro de ontem que o Planalto fez apenas uma ponderação: que antes de criar o fundo fosse constituído o comitê interministerial para que ficasse claro onde e como o dinheiro dos royalties será investido.

O Planalto vai continuar a discutir as propostas da ministra Marina Silva, mas a intenção é que o governo chegue com algumas decisões “concretas e surpreendentes” à reunião de Bali.

Há uma grande expectativa sobre o que os delegados brasileiros vão dizer na Indonésia porque, na abertura da Assembléia-Geral da ONU, em setembro passado, em Nova York, o presidente Lula disse que o enfrentamento dos problemas climáticos também é de responsabilidade dos países emergentes.
(O Estado de SP,15/11)

Fonte:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=52283

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Vídeo sobre como peqenas coisas contribuem para o aquecimento global

Esse vídeo é do site The alliance for climate protection, uma comunidade mundial (porém com ênfase na sociedade norte americana) com objetivo de mostrar como as pessoas no geral contribuem para a crise climática e o que pode ser feito para contornar este fenômeno. É um site bem informativo e acessível a todos que saibam um pouco de Inglês.
Este vídeo foi dica da colega Luz Fernández do blog Carbono Zero (corrigindo). Para ver o vídeo acesse:
Clique aqui

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Rio sedia conferência do IPCC sobre aquecimento global

Na próxima quinta (25/10) e sexta-feira, o Rio de Janeiro irá sediar conferência sobre mudanças climáticas globais. Esta será promovida pelo IPCC (Painel intergovernamental sobre mudanças climáticas), e discutirá as conclusões apresentadas pelos relatórios disponibilazados por essa instituição e a influência destas mudanças no Brasil.
Serão abordados assuntos como biocombustíveis e novas tecnologias de seqüestro de carbono, além disso, tecnologias de redução das emissões de gases estufa. Os principais resultados serão agrupados num documento que será levado para Bali em dezembro, pois lá representantes dos mais de 180 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima se encontrarão para discutir metas e políticas para a redução da emissão de gases do efeito estufa no período pós-2012, quando termina a vigência do atual Protocolo de Kyoto.
Estas iniciativas são de grande importância para o Brasil, ainda mais no momento em que as políticas públicas de energia tem como segunda opção como fonte de energia as termoelétricas movidas a carvão. Parece coisa de outro mundo, pois o Brasil é um oásis para a produção de energias renováveis como a solar e a eólica. Entretanto, com desculpa do custo do megawatt ser mais caro para esses tipos de geração de energia , o governo promove licitações de construção de hidrelétricas (que emitem grandes quantidades gases estufa como metano, além de distruir grandes áreas de floresta nativa) e termoelétricas (as quais liberam quantidades gigantescas de CO2 pela queima, em grande parte, de carvão). Nestas situações, me pergunto aonde anda nossa ministra do meio ambiente? Ou melhor, aonde andam todos os órgãos e ongs ligados ao meio ambiente?
Nada é feito, pelo contrário, o Brasil está retrocedendo no combate ao aquecimento global em nome do crescimento econômico baseado na exportação de commodites (etanol, minério, frutas, e outros). É um absurdo!

(fonte: Jornal da Ciência)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Somente cortando 60% das emissões de gás carbônico até 2050 para tempertura não subir mais de 2 graus centígrados no final do século

Pesquisadores da Universidade de Victoria (Canadá) estimaram que a humanidade deve reduzir sua emissão de CO2 para atmosfera em 60% para que a temperatura global não suba mais de 2 graus. Sendo que, com essa redução estaríamos adiando o problema pr mais um século. O objetivo principal seria diminuir em 100% até o final do século para que este cenário não se realize. Essas novas metas foram feitas com o uso de novos programas de modelagem clmática que levam em conta a participação do oceano no clima global.
Os pesquisadores comentaramo papel pouco relvante do protocolo de Kioto, o qual tem meta de 5% de redução em relação as emissões de 1990. Qualquer redução seria bem vinda, entretanto, esses 5% não ajudarão em muito coisa o nosso planeta.
Cada dia que se passa, as pesquisas mostram para gente o quanto a situação é mais perigosa do que parece. E mesmo assim, nada efetivamente é feito para se reverter a situação. O homem só vai cair em si quando o mal começar a atingir diretamente sua qualidade de vida das epssoas mais ricas da sociedade, porque, por enquanto, somente os mais pobres vão sofrendo (vide as guerras no Sahel entre caponeses e nômades devido a seca interminável).
Agradeço o meu amigo Luiz Bento pelas dicas de reportagens coentadas no blog.