terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Jóias da evolução





A primeira edição do periódico Nature deste ano me trouxe uma grande e boa surpresa. Em um esforço para difundir a força da teoria que mudou não só o rumo da biologia como de quase todas as outras ciências, o periódico americano disponibilizou um artigo que reúne 15 "jóias" da evolução. De forma bem simples e didática, cada "jóia" é comentada e contextualizada, com direito a link para o artigo, fontes extras e até vídeos. E o melhor de tudo, todos os artigos originais estão disponibilizados gratuitamente. Para baixar o pdf do artigo, é só clicar aqui: http://www.nature.com/evolutiongems

Tirando a barreira da língua, acho uma ótima iniciativa. Todo professor tanto de escola quanto universitário deve ter acesso a este tipo de material. Como discuti com o Charles outro dia, atualmente o que mais fazemos é "forçar" as pessoas a acreditarem na gente. Muito pelo discurso distante da realidade das pessoas, muito pelos nossos títulos, dentre outros. Acabamos não muito diferentes do que pastores ou padres. Donos da "verdade absoluta". Temos que buscar um discurso mais palatável, trazendo a ciência para mais próximo do aluno. Desta forma, a iniciativa do periódico Nature, tanto pelo conteúdo quanto pela disponibilização gratuita, deve ser louvada.

Para conhecer mais sobre esta e outras iniciativas da Nature, visite o sítio especial do periódico em homenagem aos 200 anos de nascimento de Charles Robert Darwin.

4 comentários:

  1. E Darwin queria trabalhar para apenas ser um bom cientista e não estava, portanto, em seus planos, destruir as religiões.

    Abraços

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  2. Acho que ninguém quer "destruir" as religiões. Nem mesmo Dawkins. O que é proposto por muita gente é apenas discutir religiões, o que não é feito em geral.

    Stephen Jay Gould comentou no seu livro "Darwin e os Grandes Enigmas da Vida" que um dos motivos que Darwin demorou 21 anos para publicar o "Origem das espécies" foi cautela. Ele sabia dos impactos da sua teoria materialista em um muito teísta e, apenas por este motivo, não discutiu afundo o tema em seu mais importante livro.

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  3. Alguns historiadores do período defendem que Darwin demorou tanto para publicar suas idéias sobre a diversificação das espécies porque, apesar de ter a idéia do processo pelo qual as espécies se originam (seleção natural), ele não estava tão certo disso a ponto de lançar a idéia aos tubarões. Foi apenas com a iminência do "furo" por parte do ensaio de Alfred Wallace, de 1858, que Darwin se viu forçado a publicar um resumo da sua grande obra, nunca terminada, que acabou se tornando o clássico Origem das espécies.
    Também concordo que não há planos para se destruir as religiões. Acho que dizer que Darwin queria ser apenas um bom cientista é desconhecer um pouco como é o meio científico. O que é ser um bom cientista? É seguir o mainstream da ciência? As preocupações são outras: quem faz (boa) ciência quer responder perguntas e também gerar outras perguntas mais profundas...

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  4. Só para complementar. Pelo que Darwin relata em sua autobiografia, não tenho dúvidas que ele teria um posicionamento muito forte quando aos problemas da religião. Segundo ele: "(...) mal consigo entender como alguém possa desejar que o cristianismo seja verdadeiro".

    Acho que essa face do Darwin é pouco publicada pela mídia...

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