quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Fundo de 2 bilhões para Amazônia

Numa matéria de hoje no jornal O Globo, ONGs estão porpndo um fundo para proteção da floresta Amazônica no valor de 2 bilhões de Reais. Parte do dinheiro seriam doações e a outra parte seriam contribuições de governo e impostos arrecadados sobre madeireiras. Estipula-se pagar R$ 150,oo por ano por hectare não desmatado, valor semelhante ao obtido se esse hectare fosse usado para a agricultura ou pasto.
Me pergunto então será que isso vai funcionar mesmo? A tentação dos agricultores será imensa ao ver toda aquela área parada. Com certeza a cobiça por mais dineheiro fará com que essas pessoas arrumem algum jeito de acumular os R$150,00 do governo com o que eles sempre ganharam com aquele pedaço de terra.
O governo não pode ficar bancando uma de pai pagando mesada para filho que se comportar bem. Ele tem que incentivar atividades alternativas para aquelas áeras. Com isso, me vem logo a cabeça a questão: Porque não Ecoturismo? Essa atividade rende milhões pelo mundo. Temos o exemplo de Bonito no Mato Grasso do Sul, que virou exemplo de preservação aliada a atividades turísticas ecológicas. Com certeza, um hectare na Amazônia dedicado ao ecoturismo valerá mais de R$150,00 ao ano. A Amazônia possui um apelo muito grande no exterior, e num mundo onde cada vez mais a consciência ambiental é adotada pela maioria da população, nada melhor que atividades que aliem preservação e trabalho.
Como já dizia aquele ditado mais velho do mundo: Não basta dar o peixe, tem que se aprender a pescar.

5 comentários:

  1. Exposto o crime de o governo autorizar a exploração da Amazônia, foi sugerido que "Ele tem que incentivar atividades alternativas". E segue: "Porque não o ecoturismo? Essa atividade rende milhões".
    Parece-me que o ecólogo é muito jovem e tem a mente presa à cultura atual. Todo o raciocínio é construido em função do lucro. Parece que o nobre ecologista ainda não percebeu que na concepção da Natureza não existe lucro. Esse objetivo é essencialmente cultural. Eu, com 80 anos de vivência, já passei dessa fase. Estou incorporado mentalmente ao TODO cósmico. Isso não é religião nem esoterismo. É apenas clareza de visão.
    Bom, o assunto é vasto e não vou me alongar aqui, por hoje.

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  2. Caro maurício,
    muito obrigado por enriquecer em muito as discussões nesse blog. Realmente sou jovem, porém a questão não é ter a mente presa a cultura atual. Nossa sociedade baseada no capitalismo deveria possibilitar algum tipo de sustento digno para todas as pessoas, independente do onde habitam. Seria leviano da minha parte achar que o governo deixaria de tentar explorar a Amazônia em consideração as pessoas que moram lá e ao bem comumn de todo o planeta. As pessoas que habitam aquela área merecem um opção digna de trabalho e, assim, por que não uma que incentive a preservação ambiental? É impossível, hoje em dia, pelo nível de esclarecimento que a humanidade como um todo tem sobre questões ambientais, não associar a preservação ambiental com algum tipo de lucro (além de todo o lucro que a natureza já nos deu e continua dando). Quem sabe um dia, a humanidade alcance um nível de entedimento das coisas que a cercam e preserve o meio ambiente "simplesmente" pelo que ele é pelo que nós (como parte desse sistema) somos. Até lá acho utopia sua opiniãom mas nem por isso deixo de respeitá-la.
    Abraços

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  3. Caro Breno,
    Falamos linguagem diferente. Temos visões diferentes. Contudo, nossos propósitos convergem.
    Falando claro: Eu já tive minha paixão pelo problema social. Sofri muito pelas injustiças que se praticavam e ainda se praticam contra os fracos, pobres, desamparados. Meu sofrimento era abrangente, isto é, não se limitava aos miseráveis do Brasil, da África, de alhures. Também sofria e sofro pelas agruras dos indefesos seres vivos da flora e fauna. Hoje eu enxergo que o problema do TODO, isto é, do planeta, é muito mais importante. Aliás, não é importante, é VITAL. Vital: essa é a palavra chave da questão. Estamos mesmo a 10 metros do precipício e continuamos caminhando no mesmo rumo. O fator TEMPO é o juiz formulando nosso destino.
    Os crimes sociais, ANTE o holocausto próximo, visível, real, passa a não ter o menor significado.
    Caro colega, o assunto é vastíssimo para ser tratado aqui.
    Você tem razão quando traduz meus argumentos como utópicos. Mas, no fim da existência pessoal, pondo-me em sintonia com o sentir da Natureza, só posso é dizer tudo o que a minha consciência acusa.
    Sou utópico face à cultura atual. A questão é conseguir que as demais pessoas se libertem das condicionantes culturais.
    Não é difícil esse exercício. Basta imaginar-se um, digamos, tamanduá-bandeira refletindo sobre os crimes que os humanos lhe infringem. Ponha-se no lugar de uma ararinha-azul, com todo a sua inocência, incapaz de saber que está prestes a ser extinta.
    Ao nos preocupar-nos com o TODO, estamos nos preocupando com todas as partes. De que adianta cuidar do ferimento de um dedo, quando o que está em risco é o corpo?
    E o agente desagregador é o homem, pelas suas ações de ganãncia. Somos nós que possuimos a razão, atributo de previlégios.
    Um abraço.
    Maurício Gomide Martins

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  4. Caro maurício,

    Não ache que falei que seus argumentos são utópicos em um tom depreciativo, não foi essa minha intenção. Comcordo com vc em grande parte, mas acho que por estramos (como vc mesmo disse) a 10 metros do abismo, temos que tomar medidas mais efetivas. Precisamos dar os primeiros passos ao contrário do abismo, e esses são os mais difícies. Depois disso, podemos agir mais holísticamente em tdos os níveis da consciência humana. Agora, um governo único mundial, para mim, somente depois de um holocausto nuclear com o planeta destruído, sem isso acho impossível.
    Gosto da sua maneira de pensar e aprendo muito com seus textos. Obrigado mais uma vez por abrilhantar esse blog com toda sua experiência.

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  5. Caro Breno,

    Não creia que a qualificação utópica ficou deslocada. Entendo que ela foi ideada na acepção de “irrealizável”, o que constitui uma argumentação. Não tenho preconceitos dessa ordem. Sou puro. Lógico, estamos tratando de assunto sério.
    Você concordou com a minha metáfora do precipício e diz que “temos que tomar medidas mais efetivas”. Pergunto: temos, mas quem? Medidas efetivas só podem partir de um governo concreto, soberano, forte, com poder real, consciente da verdadeira situação, com função administrativa unicamente; sem política. Indivíduos, ongs, Onu, um país, dois países, dez países, não têm condições de executar tamanha tarefa.
    Veja: uma família, um município, um estado, um país têm a sua estrutura organizacional, onde um núcleo manda, determina, executa. Uma orquestra tem o seu maestro, o exército, associação esportiva ou religiosa, partido político, etc. têm aquele que manda (naturalmente nos limites de suas funções e poder efetivo). Todos os chefes desses grupamentos sociais cuidam e agem em benefício do conjunto de componentes. O governador, por exemplo, do estado de Goiás está ali para agir em favor de seus interesses. A ele não importam os interesses dos demais. O presidente do Brasil age da mesma forma em relação aos outros países. Os EE.UU também.O planeta, coitado, é espoliado (o que está destruindo sua bio-ambiência) e não existe ninguém para defende-lo, a não ser em discursos, palestras, etc. Em suma: todos defendem os interesses do planeta, mas de boca e intenções ou com ações individuais, dispersivas, como eu e você. O máximo que podemos fazer é isso: falar, gritar, avisar, escrever, argumentar. Efetivamente, ninguém o defende porque, afinal, ninguém (incluve eu e você) tem condições de cumprir as ações que se fazem necessárias. Somente um governo mundial. Tenho muito a lhe dizer, mas fica para a próxima vez.
    Caro colega, um abraço.
    Maurício Gomide Martins

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