sábado, 4 de abril de 2009

Edward O. Wilson no Brasil

congresso-ecologia


Segundo a programação divulgada pelos organizadores do III Congresso Latino-Americano de Ecologia, o grande biólogo americano Edward Osborne Wilson, fundador da Sociobiologia, grande divulgador científico e uma autoridade mundial em insetos sociais, teve a sua presença confirmada no evento. EO Wilson irá realizar a “Conferência Magistral” do encontro, às 19:00 do dia 10 de Setembro deste ano em São Lourenço, MG. O tema da palestra (e não poderia deixar de ser) é “Biodiversidade”.

Outro palestrante que está confirmado no evento é o britânico AJ Underwood. Menos conhecido do grande público, Underwood é um grande nome da biologia experimental e tem vários livros publicados neste tema. Ele será o responsável pelo workshop intitulado “Experiments in Ecology”.

Lembro a todos que o Congresso Latino-Americano de Ecologia tem inscrições restritas a alunos de pós-graduação, professores e pesquisadores. Após este evento internacional, o IX Congresso de Ecologia do Brasil será realizado na mesma cidade, visando alunos de graduação e o público em geral.

Para saber mais informações sobre os dois eventos, visite o sítio da Sociedade de Ecologia do Brasil.


PS.: A comissão organizadora do evento informa que enviou um convite para que a palestra de abertura do evento (após a conferência magistral do EO Wilson) seja realizada pelo americano Al Gore. A palestra ainda não foi confirmada, mas este convite mostra o quanto ainda somos submissos a estrelas ambientalistas. Só falta ter um workshop do Greenpeace sobre transgênicos. Ainda espero o dia em que separemos “Ecologia” de “ambientalismo”.


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mais uma furada do Greenpace.

Essa é uma organização que decepcionou muito. No início de minha vida acadêmica, respeitava muito o Greenpace. Achava que somente com ações um pouco menos ortodoxas conseguiríamos fazer com que as pessoas pensassem sobre meio ambiente.

Bem, nem preciso falar que logo me frustrei com a efetividade de tais ações. Hoje, nós cariocas, tivemos mais uma confirmação desse assunto. Vinte integrantes foram até o vão central da ponte Rio-Niterói e, com ajuda de técnicas de rapel, estenderam uma faixa gigantesca. Porém, o horário dessa manifestação foi logo cedo, horário de pico na ponte. Nem preciso dizer o caos que se tornou a cidade de Niterói. Quilômetros de engarrafamentos, trabalhadores chegando atrasados e muitos outras transtornos foram gerados. Para quê? Para estender uma faixa (escrita em INGLÊS!!) alertando os participantes do G20 para os problemas ambientais e problemas com a população.

Como são imbecis!!!! Gerando engarrafamentos monstruosos????? Maior emissão de gases estufa pelos carros??? Querem que as autoridades se preocupem com o meio ambiente, mas eles próprios intensificam outros problemas? Querem ajudar a população, mas geram engarrafamentos, podendo alguns perderem os empregos ou compromissos sérios?????

São uns demagogos, não prestam para nada! O WWF é menos pior, pois ainda financia pesquisas. Eles abrem editais para isso. É vergonhoso ver uma atitude dessas. Mas não era de se esperar o contrário do tipo de pessoas que realmente fazem parte de movimento, e não alguns que dão uma contribuição (para algo que eles nem sabem como funciona direito) sentados na poltrona de suas casas.

O mais engraçado foi ouvir no rádio o Ricardo Boechat (Rede Bandeirantes) dizendo que a única coisa que ele tinha para falar em Inglês para os integrantes de Greenpace era “F**k you”. É fácil fazer esses montes de merda tendo dinheiro no bolso (como é a maioria desses radicais), difícil é ficar sentado no ônibus esperando horas para chegar no trabalho por causa de ações que não levam a nada.

segunda-feira, 30 de março de 2009

O incrível mundo dos corais (Parte 1)

Ouvimos muito boatos sobre a morte de corais causada pelo aquecimento global. Um fenômeno que vem se espalhando por várias partes do mundo é o clareamento destes organismos. Fiz uma revisão sobre esse assunto para um trabalho, assim, vou postar algumas partes que acho muito interessante

Mas antes de tudo, algumas curiosidades sobre corais: Os recifes de corais são uma das maiores estruturas formadas por organismos vivos no mundo. Tanto sua diversidade, quanto a dos ocoralrganismos associados a eles são enormes, podendo ser comparáveis até com diversidade contida nas florestas tropicais. Constanza et al. (1997) estimou como valor econômico dos recifes de corais cerca de US$ 375 bilhões por ano, devido a serviços pesqueiros, turísticos e de proteção das zonas costeiras.

A ordem Sclarectinia engloba os chamados corais verdadeiros ou corais-pétreos. Por muito tempo, acreditou-se que a existência dos corais era devido à interação dele com algas do gênero Symbiodium, comumente conhecida como zooxantela. Esta alga disponibilizaria grande parte da energia necessária ao metabolismo do coral via o carbono orgânico produzido durante sua fotossíntese. Além disso, estas algas ainda disponibilizam oxigênio molecular usado na respiração do coral e dos outros organismos associados a ele (Rosenberg, et al. 2007). Atualmente, observa-se que as interações realizadas pelos corais não ocorrem somente com as algas, mas também com organismos procarióticos, principalmente bactérias.

Existem três compartimentos dos corais que podem ser habitados por estas bactérias: a camada de muco que envolve o coral, os seus tecidos e o seu esqueleto de carboncoral 2ato (Rosenberg, et al. 2007). Desta forma, o coral e os organismos associados (tanto procariotos, quanto eucariotos) e as interações entre eles formam uma estrutura holobionte. Esta interação entre corais e procariotos, como com as zooxantelas e outros microorganismos, trazem muitos benefícios para os corais. A diversidade destes procariotos pode ser dez vezes maior que a de zooxantelas nestes organismos.

Um exemplo da importância dessa associação foi mostrado por Siboni et al. (2008). Eles observaram que archaea oxidadoras de amônia (oxidam amônia a nitrato) habitavam o muco de corais e que participavam ativamente da reciclagem de nitrogênio no holobionte formado. Durante o dia, a camada mucosa é óxica, deste modo, estes microorganismos oxidam a amônia a nitrato, o qual pode ser assimilado pelo coral. Altas concentrações de amônia podem ser prejudiciais ao holobionte, pois podem afetar negativamente a assimilação de carboidratos pelas algas. Já durante a noite, a camada mucosa fica anóxica, assim, parte do nitrito é convertido em nitrogênio através da desnitrificação. Fato este que elimina do coral o excesso de nitrogênio transformando-o em nitrogênio gasoso.

Postarei mais informações sobres esses incríveis organismos. Espero que seja tão impressionante para vocês, quanto é para mim.

Referências:

Costanza R., D'Arge R., De Groot R., Farber S., Grasso M., Hannon B., Limburg K., Naeem S., O'Neill R.V., Paruelo J., Raskin R.G., Sutton P. & Van Den Belt M. (1997) The value of the world's ecosystem services and natural capital. Nature, 387, 253-260.

Rosenberg E., Koren O., Reshef L., Efrony R. & Zilber-Rosenberg I. (2007) The role of microorganisms in coral health, disease and evolution. Nature Reviews Microbiology, 5, 355-362.

Siboni N., Ben-Dov E., Sivan A. & Kushmaro A. (2008) Global distribution and diversity of coral-associated Archaea and their possible role in the coral holobiont nitrogen cycle. Environmental Microbiology, 10, 2979-2990.